MPF ajuíza ação para suspender audiência pública virtual de perfuração de poços de petróleo na Bacia Sergipe-Alagoas

MPF ajuíza ação para suspender audiência pública virtual de perfuração de poços de petróleo na Bacia Sergipe-Alagoas

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Medida pretende garantir consulta prévia, livre e informada das comunidades tradicionais e quilombolas afetadas pelo empreendimento

*Com informações e foto: Assessoria MPF

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça, em caráter de urgência, que suspenda a audiência pública virtual sobre perfuração marítima de poços de petróleo na Bacia Sergipe-Alagoas (Projeto SEAL), que está agendada para a próxima terça-feira (14). O evento está agendado será conduzido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), como etapa do licenciamento da atividade, em favor da empresa ExxoMobil.

Segundo o órgão, a ação tem o objetivo de garantir que as comunidades quilombolas e tradicionais sejam ouvidas de forma prévia, livre e informada sobre a atividade, que pode afetá-los diretamente, e em formato presencial, com atendimento das diretrizes sanitárias locais.

na avaliação do MPF, a realização da audiência virtual em 14 de setembro  descumpre a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). O documento, do qual o Brasil é signatário, assegura a consulta prévia, livre e informada aos povos tradicionais que forem impactados por medidas ou empreendimentos que possam afetá-los diretamente.  

A ação pede que as consultas às comunidades quilombolas, extrativistas, indígenas e de pescadores artesanais sejam realizadas de forma presencial, prévia, livre e informada antes da emissão de qualquer ato de caráter autorizativo ou parecer que legitime a viabilidade do empreendimento.

A ação também requer que a audiência pública, prevista em lei como condicionante para o licenciamento ambiental de empreendimentos como perfuração de poços de petróleo, só seja realizada após as consultas às comunidades. Além disso, de acordo com o pedido do MPF, a audiência deve ser presencial ou ao menos em formato híbrido, com atendimento das normas sanitárias locais, em razão dos povos tradicionais afetados possuírem dificuldade de acesso tecnológico, de mídia e de conexão à internet.

O MPF requereu que a Justiça  estabeleça multa diária por descumprimento de cada pedido no valor de R$ 10 mil.